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Si no fuera por las sílabas del sábado

Si no fuera por las sílabas del sábado

Autor: Mariana Salomao Carrara

Número de Páginas: 177

Premio São Paulo de Literatura 2023 (Mejor novela) Un acontecimiento insólito quiebra un amor, una familia, pero tal vez de esa tragedia broten nuevas historias. Tras la muerte de André, Ana debe criar sola a su bebé, Catarina; lidiar con Francisca, una niñera que llega expandiendo sus tentáculos, y encajar la presencia de Madalena, su vecina, la viuda del otro hombre envuelto en el absurdo accidente que mató a André. En el ring al que han sido arrojadas estas mujeres hay desamparo, tensión, rabia, pena, un choque de soledades; es la ventana del duelo, que nos sitúa frente a un nuevo comienzo. Asombrosa por su lucidez, Si no fuera por las sílabas del sábado parte de una trama mínima para lograr una hazaña máxima: Mariana Salomão Carrara escribe con delicadeza sobre una experiencia devastadora y le añade varias capas a una novela que nos habla de muerte, maternidad, amistad, y, sobre todo, de las infinitas posibilidades de los afectos. Una novela audaz, poética y luminosa que consagra a su autora como una de las voces más singulares y urgentes de la literatura en lengua portuguesa.

Se deus me chamar não vou

Se deus me chamar não vou

Autor: Mariana Salomão Carrara

Número de Páginas: 106

"Quem vai te contar essa história é uma criança de 11 anos. O olhar fresco e bem-humorado de quem ainda vê a vida como mistério está aqui, mas vá por mim: não subestime a solidão de Maria Carmem. A aprendiz de escritora, enfrentando as angústias da "pior idade do universo", irá te provar que é possível, sim, que uma menina seja mais solitária do que um velho. Ao menos uma menina que, como ela, cresce e cria suas perguntas entre os objetos de uma "loja de velhos". Ali elas já nascem antigas, frescas e pesadas, doce feito da mais dura poesia. Maria Carmem nasceu no fim. Sendo assim, do que interessa a idade? Como ela mesma diz, "é possível que um lápis pareça estar novo, mas todo quebrado por dentro". É assim, toda quebrada por dentro, que ela desconstrói o mundo diante de si, o mundo adulto que cria regras e não as obedece, o mundo escolar, tudo: "na aula de matemática o problema dizia que um menino e uma menina precisavam calcular quantas laranjas levar ao parque se os convidados meninos comiam tantas e as meninas só mais tantas cada uma. E eu escrevi que não era pra levar nenhuma, que tudo é mentira, ninguém vai junto a parque nenhum nessa vida". É...

Não fossem as sílabas do sábado

Não fossem as sílabas do sábado

Autor: Mariana Salomão Carrara

Número de Páginas: 172

Depois da morte de André, o lar de Ana fica dolorido. Sem o marido, ela passa a gestar a filha órfã e a lidar com Francisca, a babá que intervém com seus tentáculos de ajuda, e também Madalena, a vizinha, viúva do outro homem envolvido no absurdo acidente que vitimou André. Neste romance, com sua narrativa íntima que assombra pela concretude, a autora se consolida como uma das vozes mais urgentes da literatura brasileira de hoje.

Não fossem as sílabas do sábado

Não fossem as sílabas do sábado

Autor: Mariana Salomão Carrara

Número de Páginas: 171

«Uma reflexão sobre vida e impermanência. Sobre o que fica de quem vai embora. Memória e apagamento. Maternidade, depressão e privilégio. Resistência e recomeço.» O Estado de S. Paulo PRÉMIO SÃO PAULO DE LITERATURA PARA MELHOR ROMANCE «Mas é importante para as tragédias que elas sejam descobertas imediatamente, porque cada segundo que elas passam ocultas vira um ano a mais de luto, isso é um capricho que as desgraças têm.» Meticulosamente burilado a partir do desamparo de uma mulher cujo futuro é interrompido pela morte inesperada do seu companheiro e pelo nascimento de uma filha que terá de criar sozinha, este romance coloca o leitor à janela do luto e diante de um recomeço: Ana perde André, Madalena perde Miguel, Catarina nasce. Uma só tragédia põe fim a histórias que não chegaram a ser traçadas e une para sempre as mulheres que lhe sobreviveram. No ringue onde elas foram lançadas, assistimos a um duro e terno embate de solidões, numa narrativa íntima, que assombra pela lucidez e comove pela universalidade. Magistral e afinadíssimo — ainda que o tempo se deixe baralhar pelos hiatos e memórias, pelo que nunca chega a acontecer e pelo que nunca...

Navegar Chicago

Navegar Chicago

Autor: Vários Autores

Número de Páginas: 112

Navegar Chicago dá continuidade ao projeto iniciado com Olhar Paris, publicado em 2016, e Escrever Berlim, publicado em 2017. A antologia se propõe a registrar a geografia sentimental praticada ou imaginada pelas escritoras e pelos escritores convidados do Printemps Littéraire Brésilen. Nesta edição, a cidade de Chicago está no centro do movimento literário, realizado em parceira com a Northwestern University. A organização é de Leonardo Tonus e César Braga-Pinto. O lançamento, virtual, acontece em 26 de fevereiro.

A construção

A construção

Autor: Andressa Marques

Número de Páginas: 124

"A construção", o romance de estreia da brasiliense Andressa Marques, narra a trajetória de Jordana, jovem estudante que faz parte da primeira geração de cotistas nas universidades públicas brasileiras. De Taguatinga à UnB, Jordana enfrenta os desafios e as descobertas do ambiente universitário, desde o nervosismo do primeiro dia de aula até as complexas interações com veteranos e professores. O romance, de alta carga poética, também explora a história dos trabalhadores que construíram Brasília, destacando a precariedade e os sacrifícios da criação da capital, assim como as subjetividades envolvidas nela. Marques tece uma narrativa que é ao mesmo tempo um olhar para o futuro e uma reflexão sobre o passado, abordando temas como desigualdade, modernização, família, cultura popular e a busca por identidade. Com uma prosa lírica envolvente, A construção nos convida a acompanhar Jordana em sua jornada de autodescoberta, enquanto tenta reescrever histórias que pareciam condenadas ao esquecimento.

Certeza do agora

Certeza do agora

Autor: Juliano Garcia Pessanha

Número de Páginas: 82

"Província da escritura": esta é a nacionalidade da literatura de Juliano Garcia Pessanha. Uma pátria linguística erma, porém prenhe de uma estranha e estrangeira esplendidez, na qual o autor faz ouvir o grunhir das "crianças rasgadas pela dor, crianças kafkanizadas", dos "seres arremessados ao mundo sem as devidas imunizações iniciais ofertadas pelo cuidado". De fato, aqui a estrangeirice da palavra é a um só tempo a margem e o centro. Transborda em viva literatura "enquanto terra de uma retaguarda e de uma espera". O autor vivifica, com o intuito de colorir o negativo, termos como "cuco" e "minotauro inicial", conceituando-os, como que alçando-os à condição de conceito delineador de uma literatura que "celebra a palavra visitante que eclode do homem destituído de defesas". Neste compêndio do desterro reside a palavra Heidegger desmistificada, a palavra Kafka, enfim, como norte. Juliano Garcia Pessanha mistura ensaio filosófico, aforismo-poético e heterotanatografia para compor uma palavra de tom derradeiro, nascida nesta desassistida e próspera província da escritura, que intenciona o registro de uma dor, nas palavras do autor, "tão antiga que ela já...

Torto arado

Torto arado

Autor: Itamar Vieira Junior

Número de Páginas: 293

Obra literária obrigatória para os vestibulares UEL 2025 e UFSC 2025. Um texto épico e lírico, realista e mágico que revela, para além de sua trama, um poderoso elemento de insubordinação social. Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas — a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.

Virginia

Virginia

Autor: Emmanuelle Favier

Número de Páginas: 236

Muito à semelhança de Orlando, a célebre biografia-romance de Vita Sackville-West escrita por Virginia Woolf, Emmanuelle Favier tece Virginia. Com audácia e talento invejáveis, Favier costura referências às obras de Woolf. Assistimos Ginia se metamorfosear em Virginia. O tempo se lança implacável e fazemos o melhor possível para acompanhá-lo, experimentando como o seu correr escorre entre os dedos. Restam apenas as folhas caídas, os rastros que recolhemos para fiar nossas narrativas – já que, como lembra Favier, o tempo presente é aquele que não se digere.

Juntos e separados

Juntos e separados

Autor: Virginia Woolf

Número de Páginas: 32

Cantuária, o nome de uma cidade como Madeleine proustiana, capaz de despertar tanto as memórias verdadeiras, quanto aquelas inventadas por mera necessidade. Essa é a frágil liga entre dois personagens de meia-idade, já exaustos e desconfiados da vida, que são apresentados por Mrs. Dalloway, numa de suas festas. Um encontro às cegas que logo vira armadilha, num evento social que parece ter a arquitetura de uma jaula. Virginia Woolf nos arremessa em meio ao desconforto desse encontro sem qualquer receio: "Mrs. Dalloway os apresentou, dizendo você vai gostar dele." A intuição da criação mais famosa de Woolf se transforma numa espécie de maldição de bolso, quando Mr. Seele e Miss Anning começam a perceber que há um ruído nas memórias da Cantuária que dividem. E pior: se continuarem a compartilhar as lembranças, aos poucos, correm o risco de perceber que não há mais Éden para onde voltar. Juntos e separados traz outra vez a maestria de Woolf para nos alertar da fragilidade das nossas certezas.

Brincadeira sem futuro

Brincadeira sem futuro

Autor: Ricardo Terto

Número de Páginas: 73

"Eu sou muito bom em inventar brincadeiras sem futuro", diz o narrador deste livro, na pele do menino que foi. Tirando a parte do "sem futuro", ele estava certo. Pois aquele que inventava as "esculturas de poeira com feixe de luz que entra pelas telhas" e a "batalha estelar de tampas de refrigerante", no beliche de baixo do quarto de pensão onde morava com a família, agora fabula estas páginas comoventes, ásperas e muito originais, trazendo à tona um tesouro às avessas: a indignidade de ser negro e pobre no Brasil, pano de fundo de quase todo o trabalho do autor.

Eu sou favela

Eu sou favela

Autor: Vários Autores

Número de Páginas: 60

Centrados naqueles que não obtêm os favores do mundo, e frequentemente são oprimidos pelo aparato policialesco do Estado, os nove contos do livro são instantâneos das mazelas e injustiças enfrentadas pelos habitantes das favelas, ampliados pelos recursos técnicos empregados pelos ficcionistas, como a singeleza lírica de "No Morro", a ambiguidade lúdica de "Um Novo Brinquedo", a apóstrofe da paixão perdida em "Maco desce o Morro", a potência cênica de "Balaio" ou ainda a inexorável tragédia dos esfaimados em "Nervos" ou "Coração de Mãe". A favela precisava de alto-falantes! Este livro é.

Estamos a salvo

Estamos a salvo

Autor: Camila Fabbri

Número de Páginas: 123

"Quando Amalia tinha 12 anos, gostava de frequentar a casa da vizinha. Por lá, havia uma piscina no quintal, o desejo maior em meio ao verão implacável de Buenos Aires. Mas havia também um filhote de jacaré. O réptil era pequeno e, no entanto, sua boca assustava. Quando alguém esboçava um mísero pavor, ouvia dos donos da casa: "Não tema, é inofensivo". Nada que se mexa, que tenha fome ou que sinta cheiro pode ser assim tão livre de causar algum tipo de receio. Ser alvo da animalidade – a nossa e a alheia – é o destino implacável de todos. Essa é a ideia por trás de Estamos a salvo, reunião de dezessete contos afiados como caninos da escritora argentina Camilla Fabbri, um dos grandes nomes da atual literatura latino-americana. "Os olhos do jacaré eram aquosos e mornos, como os de quem acaba de chorar e não quer que se note. Ela percebeu certa agitação no animal, queria demonstrar compreensão e passou a mão através do limiar dourado", arrepia-se a personagem do conto "Sobras". Entre os protagonistas de Fabbri, em sua maioria mulheres e crianças, impera uma espécie de aceitação da vida como elemento de constante selvageria, que obriga a todos a viver...

A apresentação

A apresentação

Autor: Virginia Woolf

Número de Páginas: 32

A festa para Virginia Woolf é como um laboratório, um espaço em que a autora lança mão para melhor observar o pathos dos seus personagens. Expostos à solta no salão, seus desejos, medos e fraquezas aparecem dilatados. Woolf é como uma cientista, jogando com suas "peças". Já nas linhas iniciais do conto A apresentação, vemos todas as nuances do pavor da jovem Lily Everit diante das exigências de um evento social: "Lily Everit viu que Mrs. Dalloway vinha abater- se sobre ela desde o outro lado da sala, e teria rezado para ser deixada em paz". Mas não houve tempo para uma prece. E nem rezar teria adiantado muito. Lançada sem paraquedas num encontro com um cavalheiro de gestos duvidosos, Everit vê as certezas da sua emancipação como mulher se dissiparem, enquanto a festa de Mrs. Dalloway se desenrola ao redor. O lusco-fusco entre quem a jovem é e de como precisa agir, para estar ali, exposta em público, é tremendo. O conto A apresentação é uma pequena obra-prima de Woolf, que soa mais cruel, triste e verdadeira a cada nova releitura.

A Hora de Clarice Lispector

A Hora de Clarice Lispector

Autor: Hélène Cixous

Número de Páginas: 88

Mais de dez anos separam o momento de escrita de A Hora de Clarice Lispector da primeira e espantosa leitura que Hélène Cixous fez da autora brasileira. Outros 33 anos separam a publicação deste texto, que veio à luz em 1989, pelas Éditions des Femmes-Antoinette Fouque, à chegada de sua versão integral ao Brasil. Por que tantas horas mais tarde?, alguém pode se perguntar. Talvez porque este fosse (e ainda seja) um texto feito de futuro. Futuro que talvez seja o nosso hoje. Ou um longínquo amanhã. O "ensaio", que pode ser lido como um longo poema em prosa escrito em fluxo de consciência, talvez não encontrasse lugar em nenhuma prateleira brasileira de três décadas atrás. E a ideia de uma escrita que mistura a pessoa que fala ao objeto de que se fala talvez soasse ousada demais para o rigor da academia e vanguardista em excesso para quem deseja ler um conteúdo que corresponda fielmente ao seu rótulo. Pois é no esfumaçar das fronteiras de gênero que se constitui a escrita de Hélène Ciixous sobre Clarice. Aquilo que ela própria chama de uma "meditação sobre a última hora", referindo-se à última hora de Clarice Lispector (A hora da estrela) é daqueles...

O homem sem mim

O homem sem mim

Autor: Rute Simões Ribeiro

Número de Páginas: 75

"O homem sem mim", nova obra de ficção da autora portuguesa Rute Simões Ribeiro, ganhadora do Prémio Hugo Santos em 2023, retrata a vida pelos olhos de João, carpinteiro septuagenário português, acometido por Alzheimer. Com destreza lírica, Simões Ribeiro constrói ao longo de curtos capítulos um narrador-personagem perdido nos caminhos de sua memória, à mercê de lembranças e fluxos de consciência sem sincronia com o presente. João é conduzido pela vida por Carminho, sua esposa e alicerce, que é surpreendida por uma versão passada do marido a cada novo dia. A vida com filhos e netos e as relações com antigos amigos também fazem parte do tecido afetivo abalado pela consciência intermitente de João, cuja cisão entre sujeito e corpo é a pedra de toque de "O homem sem mim", história de um amor desafiado pelo tempo e pela memória.

Cara paz

Cara paz

Autor: Lisa Ginzburg

Número de Páginas: 195

Finalista do Prêmio Strega de 2021 (Itália) "Duas irmãs, uma mãe que vai embora. Lisa Ginzburg escava na fragilidade do casal, entre os escombros da família, contando com habilidade inspiradora o cansaço feminino de crescer protegendo o outro e a si mesmo. Até nos surpreender com a hipótese de que despindo-se do escudo, compreenda-se melhor a batalha." Domenico Starnone O delicado e belo romance Cara paz, de Lisa Ginzburg, magistralmente traduzido por Francesca Cricelli, retrata a intensidade dos laços afetivos que unem as irmãs Nina e Maddalena, duas crianças italianas crescidas num contexto familiar de deriva emocional. Após terem sido abandonadas pela mãe, Gloria, figura livre, fascinante e à frente do seu tempo numa Itália regida por valores conservadores, o pai das meninas, Seba, incapaz de dar conta do abandono da esposa e da criação das filhas, contrata uma jovem mulher francesa, Mylène, como cuidadora afetiva e educacional delas. Com a entrada em cena de mais uma mulher, a narrativa se concentra na perspectiva de resiliência e fortaleza das protagonistas dos acontecimentos desta história. Trecho da orelha da Prisca Agustoni

Mrs. Dalloway em Bond Street

Mrs. Dalloway em Bond Street

Autor: Virginia Woolf

Número de Páginas: 34

Considerado uma espécie de gênese do que viria a ser um dos romances mais famosos de Virginia Woolf, a narrativa de "Mrs. Dalloway em Bond Street" é um daqueles textos que se sustentam com "uma existência separada e completa", para usar uma expressão da própria autora. Por trás da aparente banalidade de um passeio para comprar luvas, vamos encontrar em potência um extraordinário chamado à vida, numa Inglaterra do pós-guerra, exausta de chorar pelos seus mortos, que em muito se assemelha ao mundo no qual estamos mergulhados exatos cem anos depois.

Pagu no metrô

Pagu no metrô

Autor: Adriana Armony

Número de Páginas: 146

Por Beatriz Resende Pagu com Adriana, em Paris. A pesquisadora vai passar um ano em Paris, para levantar dados, deslindar enigmas dos anos pouco estudados que Patrícia Galvão passou na França, entre 1934 e 1935. A investigadora, porém, é uma romancista consagrada, vários livros publicados. Ou seja, a ficção lhe corre nas veias. A narrativa poderia começar de várias formas, como um projeto, um contexto histórico, mas começa assim: "Meu nome é Adriana Armony. Parece nome artístico, mas não . Não tem a ver com harmonia, como alguns imaginam. Armony sem agá. E com ípsilon. Significa 'meu castelo', em hebraico". Aí está toda a diferença. Das buscas na Biblioteca Nacional, em arquivos policiais, de partidos e organizações, surge a militante que tem um corpo, um corpo sofrido, machucado. Como tem corpo a escritora, mas esse dança, faz amor. Juntas circulam pelos metrôs, pelas ruas de Paris, enfrentam manifestações e protestos. A cidade mudou, mas o machismo dos dirigentes dos anos 1930 perdura ainda nos jovens charmosos dos cafés de hoje. Pagu no metrô traz pesquisas e fotos novas, descobertas importantes em hospitais e arquivos. Os documentos trazem...

Freshwater

Freshwater

Autor: Virginia Woolf

Número de Páginas: 151

Freshwater é uma comédia escrita por Virginia Woolf em 1923 e, curiosamente, a única peça que ela completou. Ambientada em 1870, a peça é uma farsa leve e humorística da vida e da arte da época vitoriana, baseando-se especialmente na figura da famosa fotógrafa e escultora Julia Margaret Cameron, tia-avó de Woolf. A trama gira em torno de conflitos artísticos e amorosos em uma casa de campo na Ilha de Wight, onde Cameron morava. Com seu tom lúdico e personagens peculiares, Freshwater oferece uma visão espirituosa e crítica das convenções sociais e artísticas do século XIX. Talvez pelo fato de ter sido escrita para entreter amigos nas noites de Bloomsbury, Freshwater não costuma estar entre os objetos de análise crítica da maioria dos estudos sobre a obra de Woolf. A peça foi montada pela primeira vez em 1935 no ateliê de Vanessa Bell, em Londres, e, mais tarde, em Nova York. Esta edição, traduzida por Victor Santiago, com prefácio assinado por Ana Carolina Mesquita e posfácio de Davi Pinho, é a primeira tradução brasileira de Freshwater a ser publicada.

Os Diários de Virginia Woolf - Volume 3

Os Diários de Virginia Woolf - Volume 3

Autor: Virginia Woolf

Número de Páginas: 461

Entre 1924 e 1930, vemos, com força total, a Virginia Woolf que se imortalizou como uma das maiores figuras do modernismo e do século XX. Entre esses anos, Virginia publica e escreve a maioria das obras que a consagraram: em 1925, Mrs. Dalloway e O leitor comum, em 1927, Ao farol, em 1928, Orlando, em 1929, Um teto todo seu – e, em 1930, está no meio do processo de As Ondas, que lançaria em outubro do ano seguinte. Provavelmente não é coincidência que essa intensa produção tenha coincidido com a volta de Woolf para Londres após uma década vivendo em Richmond, cidadezinha próxima. O ano de 1924 marcou a mudança da Hogarth House (que deu o nome à editora dos Woolf) para Tavistock Square, em Bloomsbury. Com o privilégio do distanciamento histórico, nós nos surpreendemos ao abrir esse volume e ver, no dia 3 de janeiro daquele ano: "É quase certo que este ano será o mais repleto de acontecimentos de toda a nossa (já registrada) carreira". Em 9 de janeiro, tendo conseguido a casa, ela diz: "(...) a casa já é nossa: & mais o porão, a sala de bilhar, com o jardim de pedras no alto, & a visão da praça em frente & dos edifícios abandonados nos fundos, & da...

O diário de Asheham

O diário de Asheham

Autor: Virginia Woolf

Número de Páginas: 56

Entre os anos de 1915 e 1917, Virginia Woolf sofreu um colapso que a impediu de ler e escrever. Durante esse hiato, no qual ela viveu na cama e à base de leite por recomendação médica – era esse o tratamento dado às mulheres que sofriam de crise nervosa à época – Virginia como que desaprendeu a escrever. Seu pensamento brilhante ficou embotado, sua capacidade extraordinária de reter a vida em palavras e frases sublimes definhou. Em 1917, ela volta a escrever seus dias no chamado diário de Asheham, um pequeno caderno que mantinha na casa em Sussex, onde o casal Woolf passava curtas e longas temporadas. Em agosto de 1917, ela escreve: "Viemos a Asheham. Caminhamos desde Lewes. Parou de chover pela primeira vez desde domingo. Estão consertando o telhado e o muro de Asheham. Will resolveu o canteiro da entrada, deixando somente uma dália. Abelhas na chaminé do telhado". É de frases telegráficas e entradas curtas como essa que se compõe O diário de Asheham, que durante muito tempo foi como que desprezado pela crítica e abandonado pelas editoras pela suposta desimportância de seu conteúdo, ainda que, na verdade, sua rara beleza e qualidade literária estejam...

O dia em que apagaram a luz

O dia em que apagaram a luz

Autor: Camila Fabbri

Número de Páginas: 124

Numa noite quente de dezembro do ano de 2004, uma tragédia parou a Argentina, transformou sua juventude e reconfigurou o modo de ser de toda uma geração: o incêndio na casa de shows República Cromañón que vitimou 194 pessoas, ferindo outras 1432. Uma tragédia desse porte era anunciada há tempos: então, as casas de shows no país eram exíguas e precárias para a demanda de fãs do chamado rock chabón, que exigia farta pirotecnia e ambiência digna de estádios de futebol em suas performances. Nesse estilo, o grupo Callejeros era dos mais renomados e (super)lotaria a República Cromañón nos dias 28, 29 e 30 daquele dezembro. Instantes após o início do seu último show, ainda na primeira música, um foguete atingiu o teto, produzindo uma fumaça escura que se alastraria num átimo por toda Cromañón. A escritora argentina Camila Fabbri esteve no show do dia 29, o último antes da tragédia. Neste romance de não-ficção, ela se debruça sobre essa cicatriz geracional. Utilizando de recursos próprios do jornalismo, Fabbri tece uma ficção-pura-verdade, a partir de entrevistas com amigos, amigas, pais, mães e quem quer que possa ajudar a redescobrir a lembrança...

A analfabeta

A analfabeta

Autor: Kristóf Ágota

Número de Páginas: 46

Num mundo triturado pelo horror da Segunda Guerra, a escritora húngara Ágota Kristóf fez em A analfabeta o relato da sua travessia pessoal em busca de uma pátria e de uma língua que jamais fossem confiscadas. Queria uma língua na qual pudesse, enfim, encontrar as palavras que lhe pertencessem. Numa série de curtos depoimentos, Kristóf escreve sobre a fantasmagórica infância pobre de quem começa a viver em meio a um conflito mundial e sobre a obrigatoriedade de aprender o idioma russo, que tentou rasurar a sua língua natal. Lembra, ainda, a estranheza do luto imposto pela morte de Stálin e da sua fuga para a Suíça no final dos anos 1950. Uma das mais importantes autoras europeias do século XX, Kristóf oferece aqui um romance de formação da sua vida junto às palavras, e sentencia: "É preciso continuar escrevendo. Inclusive quando não interessa a ninguém".

Confiança

Confiança

Autor: The School Of Life

Número de Páginas: 58

Frequentemente nos falta confiança porque implicitamente a tomamos como uma questão de sorte irreproduzível e levemente bizarra. Algumas pessoas apenas são muito confiantes, por motivos que neurocientistas algum dia poderão descobrir. Mas dizemos a nós mesmos que não há muito o que podemos fazer sobre nossa situação em particular. Estamos presos ao nível de confiança com que nascemos. Na verdade, é o oposto. Confiança é uma habilidade, não um presente de Deus. E é uma habilidade baseada num conjunto de ideias sobre o mundo e nosso lugar natural dentro dele. Essas ideias podem ser sistematicamente estudadas e aprendidas gradualmente, para que as raízes da hesitação e da submissão excessivas possam ser superadas. Podemos nos ensinar a arte da confiança.

Sobre estar doente

Sobre estar doente

Autor: Virginia Woolf

Número de Páginas: 50

"Sobre estar doente" atualiza nossa noção de precariedade subjetiva para lidar com as doenças (nada mais atual que isso) e mostra como a literatura foi deixando essa lacuna ao longo do tempo, talvez por isso mesmo, dificultando o desenvolvimento em nós de uma capacidade linguística e corporal para lidar e suportar e superar as doenças de um modo geral.

Planta Oração

Planta Oração

Autor: Calila Das Mercês

Número de Páginas: 88

Planta Oração, de Calila das Mercês, é livro-poema-conto que faz a junção da oralidade com a ancestralidade. São as aberturas dos contos, criadas a partir de um som ritmado, que nos lembram de mantras ou ladainhas e vão se apresentando em repetições, que acolhem o ouvido e nos preparam para um novo conto-oração. Cada texto forma um galho desse tronco-texto carregado de memórias-palavras da autora.

O vestido novo

O vestido novo

Autor: Virginia Woolf

Número de Páginas: 33

Reverberando o incômodo que a própria Virginia passou em vida, quase sempre se sentindo inadequada e mal vestida para as festas às quais era convidada, vemos em O vestido novo a pobre Mabel sentir-se "como uma manequim de modista, ali parada para que as jovens lhe espetassem alfinetes", sofrendo profundamente com o julgamento e o desprezo daqueles que reprovam não a sua constituição intelectual ou moral, mas a sua roupa. Escrito com a conhecida maestria de Virginia, o conto é uma daquelas preciosidades que ganham uma grandeza insuspeitada quando lido em separado, num volume único que lhe dá o valor que tem em si, e que tantas vezes passa despercebido.

Entre los rotos

Entre los rotos

Autor: Alaíde Ventura Medina

Número de Páginas: 150

Premio Mauricio Achar Literatura Random House 2019 «Entre los rotos nos reconocemos fácilmente. Nos atraemos y repelemos en igual medida. Conformamos un gremio triste y derrotado. Somos la aldea que se fundó junto al volcán, la ciudad que se alzó sobre terreno inestable.» Una joven encuentra la colección de fotos de su hermano menor. No entiende por qué Julián decidió conservar esas imágenes. No retratan momentos particularmente alegres, por el contrario, casi todas pueden verse como la antesala de una catástrofe doméstica. Pensándolo bien, eso fue su infancia en Veracruz: la antesala y las secuelas de una catástrofe continua, la construcción minuciosa de las ruinas que son ella, su hermano y su madre. Su padre, un hombre imprevisible y violento, los lastimaba a la más arbitraria provocación. Julián, sin embargo, siempre se llevó la peor parte, por lo que en cierto momento, alzó una muralla de silencio para protegerse a sí mismo. Pero el silencio tiene la capacidad de contaminarlo todo con su propia forma de violencia. Esta novela es el intento de reconstrucción del rompecabezas o el álbum fotográfico que es toda memoria. La hermana mayor sabe que no puede ...

É sempre a hora da nossa morte amém

É sempre a hora da nossa morte amém

Autor: Mariana Salomão Carrara

Número de Páginas: 148

Depois do arrebatador "Se deus me chamar não vou", Mariana retoma seu jorro neurótico, humano e delicioso contando agora a história da septuagenária Aurora, encontrada desmemoriada e descalça na beira da estrada e procurando por uma certa Camila. Para uma amnésica, Aurora recorda-se de muito: da mãe que escovava seus cabelos até parecerem "uma peruca eletrizada"; do seu ato falho trágico religioso, de quando rezava na infância e dizia "agora é a hora da nossa morte amém"; dos anos em que deu aula de português em uma escola de riquinhos; da sua covardia perante a ditadura militar: "este país insiste que temos de arriscar a nossa própria vida, parece que esquece que tudo que temos é essa miséria da própria vida"; de um carnaval em que tentou perder a virgindade com um jovem brocha vestido de bebê; de um amante midiático que falava um português impecável, mas também sabia beber e socializar em boteco vagabundo e, sobretudo, das muitas mortes da filha Camila, sempre alternadas com momentos solares na companhia da melhor amiga de infância: "Camila ficou sendo minha melhor amiga desde o momento que olhou pra trás e perguntou se encharcado era com ch ou x"....

O curioso caso de Benjamin Button

O curioso caso de Benjamin Button

Autor: F. Scott Fitzgerald

Número de Páginas: 142

O nascimento de um bebê-aberração mancha a reputação de uma família tradicional – e nem o maior dos privilégios sociais é capaz de livrar os Button dessa desonra. . "É ultrajante!", gritou o médico. O que se ouvia no hospital em que Benjamin Button nasceu era tudo menos uma história comum. Na maternidade, havia um recém-nascido, sim, mas não um bebê: Benjamin tinha a pele enrugada, cabelos brancos povoavam sua cabeça, e uma longa barba grisalha corria de seu queixo. Não havia dúvidas: tratava-se de um velho, e um velho que, ao contrário do resto de nós, rejuvenesceu com o passar dos anos. Neste cômico e tocante conto publicado em 1922, antes de seu aclamado romance O grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald já provoca inquietação nos leitores. Mais do que retratar uma família incomum do século XIX, esta história fala da passagem do tempo e de como ela afeta a vida privada. A nova edição da Antofágica chega ilustrada por Julia Jabur, com tradução de Debora Fleck e Mariana Serpa. A apresentação é da escritora Mariana Salomão Carrara e os posfácios, de Isadora Sinay, doutora em Literatura pela USP, Sérgio Rizzo, crítico de cinema, e do autor João...

A árvore mais sozinha do mundo

A árvore mais sozinha do mundo

Autor: Mariana Salomão Carrara

Número de Páginas: 213

Mariana Salomão Carrara repete a proeza: depois do arrebatador Não fossem as sílabas do sábado - distinguido com o Prémio São Paulo de Literatura -, oferece-nos uma história que encanta e perturba, uma história como nunca lemos antes. «Eles sabem tanto de amor, o amor tem dessas coisas, que é manter viva do lado de casa uma árvore venenosa que só quer acabar de viver.» No núcleo, temos uma família, força motriz dos grandes livros: os pais, Carlos e Guerlinda, extenuados pelo trabalho numa plantação de tabaco; e os filhos, Alice, Maria e Pedro, já com as vidas dedicadas à lavoura e envenenadas pelos pesticidas. São fumicultores, vivem esquecidos pelo mundo e lutam para sobreviver à escassez de tudo e ao colapso climático. Num desfile de desgraças-doenças-infortúnios, mas também de sonhos-desejos-vitórias, subvertem-se códigos de leitura e desvelam-se a pouco e pouco os narradores inanimados deste romance, que fazem companhia a personagens maiores que a vida. Movidos pelo amor, o assunto mais sério desta história, juntos conduzem o leitor até ao «outro lado do espelho», um lugar de sonho e pesadelo. Formalmente arrojado, socialmente incómodo,...

Leia MULHERES

Leia MULHERES

Autor: Juliana Gomes , Juliana Leuenroth , Michelle Henriques

Número de Páginas: 228

Que tal ler mais mulheres? A provocação da escritora inglesa Joanna Walsh inspirou Juliana Gomes a criar, com as amigas Juliana Leuenroth e Michelle Henriques, o Leia Mulheres em São Paulo. Muitas mediadoras que assumiram para si a missão de promover clubes em suas cidades também escrevem – e são a maioria das autoras dos 23 contos deste volume, além de autoras convidadas. Outros seis são resultado de concursos promovidos pelo Sweek, plataforma de compartilhamento de conteúdo literário e parceira neste volume. Os textos passam pelo humor, pela tragédia, pela melancolia, pelo afrofuturismo, pelo suspense, pelo terror. As vozes das mulheres são múltiplas, com diversidade de origens e temas. E vêm com a potência de quem tem muito a dizer.

Thyanna Ed. 27

Thyanna Ed. 27

Autor: Klub Editorial

Número de Páginas: 29

Peças e combinações em tricot para serem usadas durante ocasiões especiais da alta temporada. Anticoncepcional: conheça os diferentes métodos e saiba qual a melhor opção. Clitóris: o único órgão dedicado exclusivamente ao prazer.

Pier Paolo Pasolini

Pier Paolo Pasolini

Autor: Maria Betânia Amoroso

Número de Páginas: 140

Esse livro é uma coletânea de textos de Maria Betânia Amoroso, pesquisadora há décadas sobre Pasolini, artista frequentemente lembrado como cineasta, mas que também foi poeta, romancista, dramaturgo, jornalista, editor, tradutor, pintor e crítico de arte. O texto inicial da coletânea centra-se na vida e obra de Pasolini, relacionando-as com o esforço de atualização da Itália em relação ao capitalismo avançado. Já nos textos subsequentes, a autora concentra-se nos escritos dele. A abordagem caracteriza-se pela articulação sóbria entre vida, obra e história. Para os leitores brasileiros, o livro traz interesse especial: além de destacar um poema sobre o Brasil, também nos apresenta como foi a recepção e a interpretação dos seus livros por aqui, mostrando-nos em quais aspectos é pertinente relacionar centro e periferia do capitalismo, no que concerne à obra de Pasolini.

A filha única

A filha única

Autor: Guadalupe Nettel

Número de Páginas: 221

Escrito com uma simplicidade apenas aparente, este é um romance profundo e cheio de sabedoria sobre a maternidade, sobre sua negação ou suposição; sobre as dúvidas, incertezas e até sentimentos de culpa que a cercam; sobre as alegrias e tristezas que a acompanham. É também um romance sobre três mulheres e os laços de amizade e de amor que se estabelecem entre elas. Um romance sobre as diversas formas que a família pode assumir no mundo de hoje.

Copo vazio

Copo vazio

Autor: Natalia Timerman

Número de Páginas: 147

Mulheres abandonadas. Desde sempre, a literatura é permeada de histórias trágicas de figuras fascinantes, como Medeia e Dido, que se desfazem diante do abandono masculino. Emma Bovary e Anna Kariênina, personagens inesquecíveis, também sucumbem. A mesma Simone de Beauvoir de O segundo sexo escreveu A mulher desiludida, antologia de contos sobre personagens despedaçadas, uma delas por essa mesma via. No século xxi, Elena Ferrante atualiza a tradição, criando personagens que definham ou enlouquecem depois de dispensadas — é o caso de Olga, em Dias de abandono, que se vê confrontada com novas questões: Como pode uma mulher padecer "de amor" nos anos 2000? A própria ideia de abandono já não soa anacrônica em nossos dias? Agora é a vez de Natalia Timerman e seu Copo vazio. O romance conta a história de Mirela, uma mulher inteligente e bem-sucedida, que acaba submergida em afetos perturbadores quando se apaixona por Pedro. O livro perscruta a vulnerabilidade de sua protagonista sem constrangimentos. Há algo de ancestral, talvez atemporal, no sofrimento de Mirela, que ecoa a dor de todas essas mulheres. Mas há também elementos contemporâneos: a forma de vida nas...

A morte da mariposa

A morte da mariposa

Autor: Virginia Woolf

Número de Páginas: 31

"A morte da mariposa" é um dos ensaios clássicos de Virginia Woolf. Publicado postumamente, foi escrito no fim de sua vida, em meio à Segunda Guerra Mundial. No entanto, nada no ensaio faz referência explícita à guerra. Não há menção aos campos de extermínio que eram construídos não muito longe de onde morre a mariposa observada por Virginia. Mas, sendo Virginia quem é, sabemos que é isso o que corre por baixo das suas palavras e que vem à superfície em uma ou outra frase que nos deixa atônitos. Os esforços da mariposa para sustentar a vida são como os esforços dos seres humanos: esplêndidos, dignos, mas também patéticos, dignos de pena. A mesma sina que se a vizinha para a mariposinha cor de feno "poderia, se quisesse, submergir uma cidade inteira, e não apenas uma cidade, mas massas de seres humanos." Talvez, então, o que ainda comova nesse ensaio breve seja exatamente a resistência. Pois "A morte da mariposa" não trata tanto do fim de um inseto (aparentemente insignificante), mas da sua luta incansável. Da sua dignidade de insistir na vida mesmo diante de um poder que o ultrapassa e que até pode subjugá-lo, mas ao qual ele entregará tudo aquilo...

A árvore mais sozinha do mundo

A árvore mais sozinha do mundo

Autor: Mariana Salomão Carrara

Número de Páginas: 210

Em uma pequena roça no Sul do país, a vida segue o seu curso. O cultivo do tabaco dá sustento a Guerlinda, Carlos e seus filhos, que dia após dia enfrentam as oscilações da natureza, esguichando venenos e adubando as vergas para que as folhas cresçam e atinjam a qualidade ideal. Na angústia da espera — e em meio a investidas das poderosas empresas que dominam o mercado fumicultor —, ainda é preciso decifrar os códigos da infância e da adolescência e aprender a complexa linguagem do amor. Alice, a filha mais velha, deseja participar do tradicional concurso de beleza Musa do Sol, e sua resistência ao trabalho inflama a difícil relação com a mãe; Maria é a irmã do meio e a única que frequenta a escola, porém vive em um mundo à parte; e Pedrinho, com seus quase três anos, ainda não conseguiu falar, mas já participa da rotina nas plantações entre as densas nuvens de agrotóxico, que em tudo se infiltra. Quando chega a época da colheita, os dias se transformam e a família recebe ajuda da mãe de Guerlinda, Elvira, que mesmo com seus estímulos e sua peculiar ternura parece incapaz de emendar a casa tomada por silêncios incômodos e perdas iminentes....

Irmão de alma

Irmão de alma

Autor: David Diop

Número de Páginas: 90

Certa manhã da Grande Guerra, o capitão Armand determinou o ataque contra o inimigo alemão. Os soldados avançam. Em suas fileiras, Alfa Ndiaye e Mademba Diop, dois escaramuçadores senegaleses, entre todos aqueles que lutavam sob a bandeira francesa. Poucos metros depois de ter saltado da trincheira, Mademba cai, ferido de morte, sob os olhos de Alfa, seu amigo de infância, seu mais que irmão. Alfa se encontra sozinho na loucura do grande massacre, sua razão foge. Ele, o camponês africano, distribuirá a morte nesta terra sem nome. Desapegado de tudo, inclusive de si mesmo, ele espalha sua própria violência, semeia o medo, a ponto de assustar seus companheiros. Sua evacuação para a retaguarda é o prelúdio para uma lembrança de seu passado na África, um mundo inteiro perdido e ressuscitado, cuja convocação é a resistência final e esplêndida à primeira carnificina da era moderna.

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